terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Uma verdade amarga ou uma doce mentira?


Verdade? 'Existe apenas uma verdade, mas várias maneiras de interpretá-la': você finge que fala a verdade. E eu finjo que acredito! Ambas atitudes por pura conveniência.
De fato as pessoas procuram descobrir muitas coisas, se julgam espertas quando encontram verdades e então se descobre que nem sempre a verdade traz felicidade.
(Era feliz e não sabia ou não sabia e era feliz?)

'Cada palavra fazia sentindo e convenceria qualquer outra pessoa, era o que eu deveria acreditar que era, era o que fiz por merecer escutar. O que tiraria de mim a culpa de meus atos, conclusões precipitadas, me aliviaria de todo peso que carrego em pensar ter sido injusta e egoísta, traidora da confiança que tive de alguém que eu puni por não saber lidar, que perdi por conta de um capricho, pelos meus medos, pela minha covardia, mas era mais uma verdade inventada o que eu escutava, porque no fundo eu sei, ele sabia que era o que eu esperava, que era o que eu queria, era a forma de me fazer acreditar, a única forma, olhando para mim e sem hesitar.'
(E agora, ambos, procuram encontrar quem julgam ser. Afinal, de Clarisse e de louco, todo mundo tem um pouco.)


Entender é fácil, acreditar é difícil.

Partindo da 'lógica jurídica', aquele que consegue convencer, aquele que melhor que qualquer outra pessoa que eu conheça sabe como ninguém acreditar na própria mentira que conta, consegue transformar mentiras em verdades, fazer de suas palavras as minhas, que sabe muito bem não demonstrar, ignorar, fingir que não é atingido, tão cínico quando o quer, assim como eu, que me tira do sério por não fazer nada. O único que não consigo enganar, que me conhece melhor do que deveria, que eu conheço melhor do que muitos gostariam e ainda não sei quem é, ou o que quis dizer com tudo isso. No fundo eu tenho medo de saber.